+

Volto já (prometeu ela-eu)



+

(coisas graves acontecem)

[ t, há quatro horas a trocar os olhos ao monitor e já foi uma de cabeçada ]

+

Provocação aos leitores

Peço aos estimados leitores do red on white, que se aproximem, e escolham três posts colocados neste espaço. Que me façam chegar o nome desses mesmos três posts. Depois logo se vê o que acontece. (merci)

+

Monstros,
















Observar tudo o que nos chega. analisar o íntimo até a gaivota que voa na minha cabeça. Juntam-se núvens sobre o abandono da casa onde vivemos. Os materiais possuem-se em deteriorização e os sentimentos cedem lentamente. Tal como estico o cabelo nos dedos. Carrego-te em sacos de pano buracos tornam-se gotas que vão saindo de ti. Fica o teu rasto.

+

entram







Breve o baloiçar de corpo indeciso que não crê em ataques de sedução. Puxa a dança até si, de igual para igual. reflexos na água quieta. Do toque fugidio e o mar agita-se num plano vertical que espelha a minha horizontalidade. Tudo por decidir num tempo que corre antes dos meus pés.

+

nos meus ossos.











No fim um impulso. através de calúnias que circulam em bocas sujas impurezas das estátuas enterradas no teu jardim. Preserva o teu coração. Mordaz na luz. Da espera cansa os braços na escuridão, em torno de alguém e tudo passa. É mais o fumo que flutua sobre ondas nas tuas mãos em concha sobre o meu peito.

+

Menos de manhã










Passo só nos movimentos estagnados de papel molhado em cima do colchão que na rua se alimenta da chuva que vem. Modifica-se parado. Satisfeita em mim coloco-lhe uma mesa e preparo o pequeno almoço. Aparecem as sombras, avançam na tua comida. Uma folha ficou colada ao alcatrão, fazem parte um do outro. Num único plano. Existe uma verdade, não se consomem não se envolvem nem diluem.
Lazy.
Fogem abandonam o colchão de joelhos sussurram à folha, levanta-te, e que te encontre. Todas as vozes cruzadas, sussurros do ar.

Revoltam-se e colam-se à minha cara. Entram no meu cabelo ao meu pescoço, as folhas. Castanha, salpicada de verde os buracos da minha túnica deixam entrar o frio que receberam.

+

Mais à noite

Pelo que me apontas entre uma multidão num sonho que me afronta, percebe assim uma coisa de tudo o que me envolve entre páginas escritas num turbilhão de palavras sem intenções escolhem-se pessoas. Soa uma voz no meio que te traz com o mar. Vento que nos meus cabelos a dormir intervalos nos teus braços pela noite em que tomaste ser-me. peças de vidro sem chamas na ponta da língua, se fosse um anjo escolheria passear-te pelas mãos. Se fosses deus nunca te poderia tocar. Acordo com um discurso do meu lado, esquerdo, tudo é diferente. A história passou-se de outra forma, inventava-te momentos entre chávenas de chá com morangos que boiavam nas nossas bocas. Só os olhos estão inchados, procura-me na solidão.

+

O fogo da loucura e água salgada

o nevoeiro traz-nos a história que não se inicia nem termina, com um fim. apenas aparecemos e voltamos a desaparecer. basta o bater dos olhos num movimento rápido de - nem abre nem fecha - num momento em que a sentes longe e ela desaparece. volta sem contornos já demasiado perto. a seguir, é a tua vez. o nevoeiro traz-nos a ilusão na imaginação dos sentidos. onde a vontade se culpa em imagens na fertilidade dos sentidos. preenche vazios interiores. o nevoeiro. lugares que desconhecemos ter. corredores e lâmpadas fundidas captadas pelo fumo. e o que é o fumo? e nos sinais o que se escreve? o tempo quer marcar o correr e a busca. até ela voltar a tropeçar em ti, porque já pode tudo sem nada. provavelmente deveria falar na primeira pessoa. não posso deixar o nevoeiro. sou apenas uma presa. tal como a partir de uma gota de tinta se largam palavras contra uma porta que teima em manter-se fechada, mas o fumo nunca me irá permitir chegar, porque só o toque me contará a verdade da porta. pelo caminho perco-me com tantas outras coisas... os corpos não se distinguem do real e do virtual, não se descolam, mostram-se como nós os queremos, num segundo mais direito de seguida um abraço que dispara a mão numa direcção. passamos afinal a sombras. talvez, sermos quem queremos sem nos esquecermos de nós(?). aqui não se exploram limites nem formas, não é a porta que interessa, não se fecha ela num objectivo. misturam-se espíritos e marcas de luzes. aqui o destino passa a ser a própria derrocada posta em destaque por um sonho. e o nevoeiro leva-nos a ele. é isso, um sonho. é a própria morte. seguida da vida. densocerrado esse nevoeiro e eu num baloiço em movimento entre ti e o que te quero. Mas o mar é profundo. Experimenta viver e morrer na palavra amor.





+
As repetições seguem em favor do contraste.
O desastre não aparece. quando nos tapam a boca e nos queimam os olhos. A ausência da linguagem, das palavras que lêem uma imagem, o vazio do som.

+
Sinto-me.
Inútil - pára - inútil para o meu coração.

+
Às vezes é necessário sair do mundo que parece ter sido destinado a ser habitado por nós para poder ganhar outra perspectiva sobre o que se está a fazer. É necessário um 'segundo idioma', ou possivelmente até mais que isso, para permitir o repensar das noções estabelecidas. Renée Green.

Sharon Lockhart no Museu do Chiado.

+

(Mariana)











.

.
.

Entro no comboio, sento-me e cruzo as penas, já trazia a Charlotte nos ouvidos. abro as 1280 almas. Sem aviso, alguém me tira um dos headphones, oiço -que giro! seguido de -mariana deixa a menina e vem para aqui! Comecei-me a rir e entretanto tira-me o outro e a Charlotte cala-se, transforma-se numa voz pequenina de caracóis bem animada. Empurrou-me as pernas e nem sequer fez caso do avô que continuava a chamá-la. -Quero-me sentar. Foi verdade, ficou sentada ao meu lado, roubou-me o livro das mãos com um quero ver decidido. Ficámos uns minutos a desenhar o mundo na ponta dos meus dedos, eu a carimbar o meu próprio livro, e ela ria-se. Rabiscou. E queria mais carimbos. E mais canetas. Pegou-me na mala e abriu-a, nem tive capacidade de resposta. -olha! pastilhas! quero! Não podia ser. Desistiu da ideia, pedi-lhe para lhe ver os dentes e ela disse-me séria -são para ti. Queria mais carimbos, mas desta vez com os dedos dela. O avô salvou-a e foi buscá-la. -Mariana vamos, anda, vamos embora dá um beijinho à menina (deu-me três) e pede desculpa por seres mal educada(...). A Mariana não pediu desculpa, foi-se embora a rir. Eu continuei com as 1280 almas, voltei à Charlotte, mas os meus dedos voltaram para casa esborratados.

+

Cantos escuros









Os pássaros lá fora. As janelas deixaram de se abrir, os pregos serviram para as segurar separando-me do mundo. Continua a entar. Os materiais cedem e as paredes já não mantém o branco que existiu quando te foste. Guardo-lhes as memórias, e aí tornam-se confusas. Os sentimentos que não se movimentam, isolam-se em memórias, sabias? Cai, cá dentro mais uma folha, e lá fora as árvores afastam o verde. A poça que resiste debaixo de mim permite-me beijar-te. no escuro, por não existirem sonhos. Ainda guardo forças para quebrar um vidro.

+

Fotografaram-nos juntos













Estarei por aqui à tua volta quando cair no teu nome. Disfarço-me num abraço, e dois braços enrolam-se no meu tronco, mexo-me rapidamente, num e noutro sentido, para que não me cheguem ao pescoço. Vou interrompendo a respiração e o coração dispara. Sons rápidos invadem-me numa nova forma de configuração a ruídos brandos. Afinal. Queria ficar só com os olhos abertos enrolada nos teus braços. E perceber que nunca fui abandonada, insisto mais uma vez no teu colo . mais uma vez me deixas no chão.

+

(feniana)






no lugar onde guardo quem quero bem, há espaço para ti.
um vermelho coração. guardo-te cá dentro. numa vénia traduzo-te
o sorriso que os meus olhos receberam ontem.

+

Activar






+

(Tó)

É apenas uma necessidade. Nada justificado, o facto de não se poder comentar, mas é tudo por um momento, acho eu. Nada de desagradável aconteceu na caixa de comentários, antes pelo contrário. Aqui marcam-se encontros entre palavras e imagens, que se querem em movimento, mas que têm grau de dificuldade nos comentários. Mas recebo-vos a todos, como tu bem sabes, no meu mail. Fica tudo mais limpo.

+







diminui o fluxo.abranda.enfraquece.avança.

+

Na tua cama.explora-me

i feel you around me. you are everything i cannot see. as the ocean crawls onto the shoreline. so you lap at the edges of me.
and now, as i'm walking. i know that you're watching me move. for as much as i need you. i must walk away from you.
you're my life, you're my hope. you're the chain, you're the rope. you're my god, you're my hell. you're the reason i'm living. you're all that i have to discover.
you're the rain, you're the stars. you're so near, you're so far.you're my frined, you're my foe. you're the miles left to go. you are everything i ever wanted. and you are my lover.
so i carry i carry the flowers. the flowers that are dead in my hands.

(...) everything i cannot see.charlotte gainsbourg

escolheste-a para a nossa noite. não tiveste medo de me despir nas ruas perto da escuridão. leste o meu recado? gosto do cheiro dos teus lençóis pela manhã. espero-te pela noite, uma vez.

+

Depois de mim
















.
Esfrega-me os olhos, entrega-me numa taça de barro. vermelho. Existe em mim uma nódoa quente. no braço que te quis tão perto. Hoje seria outro o lugar do tempo que decidiu por mim. Devolve-me o que tens meu. faz-me falta dançar enquanto te oiço sorrir. ......... O vermelho não passa, escorre e as unhas não param de crescer. Esperamos pela tua carne.

+
Olhar dentro do espelho deu-me ideias
do que seria um animal perfeito;
já penso transformar-me, ter maneiras,
asas talvez, ou tromba vigorosa;
dizer adeus aos fios, e adquirir
o encanto popular de um percevejo
ou o hieratismo de um louva-a-deus.
Ser outro é privilégio de quem tece
na face do destino um transparente
véu, e ao vão casulo
prefere a superfície de uma folha;
com muito estudo, poderei crescer
até figura de homem, se me der
para ser a ti mesmo semelhante.
Perder amigos e vizinhos, ver
à minha volta um assustado espanto,
posso aceitá-lo, se for esse o preço
de uma forma mais fina e elegante;
só me custa deixar, no chão da teia,
a arte de inventar que me conheço.
Melhor seria que mudasses tu; mas,
metamorfoso como és, não vais
cair na esparrela de trocar
o teu corpo que sabe a mar e luz
pela velha virtude de um insecto.
Diferentes assim, não vejo como
iremos construir casa comum;
talvez me deixes habitar o tecto,
e te deixe eu morar dentro do espelho.

António Franco Alexandre, Aracne

+
Agradeço a todos, que aqui chegaram e comentaram.

+

Steal me





+
e, lembro-me que eu também, por vezes, me sinto um menino. quando te sentes? me sinto triste sinto-me realmente desprotegido. e aí eu pegava-te ao colo e deixava a susanne também cantar para nós. maravilhoso... e quando tu te sentisses assim pegava-te eu ao colo e far-te-ia festas no cabelo. sim só podia ser assim. mesmo quando ficasses triste comigo... com pequenas flores. que só eu conhecia o seu lugar.
sim. é isso uma tristeza de flores.

+

+

A equação










A tentativa de resolução, do menino do trapézio voador (...)

+
Podia chegar e dizer tudo o que pensa. Mas não posso. Por vezes magoamos. a quem tudo se dirige. Mas é importante fazê-lo. Tanto como é importante fazerem-me sofrer. Se não te abrir uma ferida, curta e sem sangue, não percebes que o és... ou talvez eu não seja.

+

+






outono.

+

Me












Voa por cima do teu tempo, enquanto arrancas fracções de mim por cada pena que cai no mar. A parte que vai longe, deixou-nos há muito. de continuar connosco. Carrego-te comigo sentindo-me livre, comovo a tua sombra. Exercita-me na curva da tua consistência.

+

Keep










A estrada queima-me parte. Debaixo do sol agito o que é em mim. A beleza da luz da minha pele. É esta a minha parte favorita, a espuma que me traz a cor nos dias em que te tenho fora da minha vida. Sem saber do mundo lá fora. Hoje são os meus segredos que te deixo, guarda-os, imprime-os na pequenez da minha vida. Fico contigo para sempre. Não me perguntes. como.