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(a decadência tem marca)

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Não dito por te digo. Conferir as palavras extensas, ao meu nariz que adormecem no chão abandonadas pelas cores só o espaço que ocupam nem sombras falam.
são flores no quarto.
é a música, afinal, que tapa os sentidos e protege. acende o cigarro espera que o tempo passe ou que deixe correr de uma vez por fim. são os contornos impressos na escuridão arrancados da terra queimados pelo disparo de dum dedo. a pressão.
a terminar o branco (do banco) deixa-me ir. ouvir-me

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[maldita ccdr. mas, abençoadas pêras assadas da vizinha de 82 anos, que acabam de ser o meu jantar]

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As flores do meu jardim esticam-se à luz insistindo transpor a janela que revela elementos vivos. a chama do sol a terra existe lá fora o céu envolve os gritos por defeito. Como depois de as colher ao lixo voltei-me ao mar. sem raízes murchas de cor.

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imagens sujidade

[palavras de josé luis peixoto]

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imagens sujidade


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É a dinâmica do meu interior [chega e parte] exercício.
Cabelos arrancados, com eles estanco feridas. visíveis aos olhos. Cut Here

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help yourself. encontra três almas devolvidas à terra empapada. encontra a casa das crianças no caminho das cinzas. Definitivamente Eu solto música escrita em viagens pelo interior. A entrada são cortes onde não entra luz nem o escuro. Sonhamos projectam-se postes. de emoções de outras leituras do que vivo. atentamente percorres o fim. Até uma outra outra hora

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outra História rápida

"penso em ti. mas o teu blog permite-me pensar em ti de uma maneira diferente. como se fosse uma frincha sobre o lado mais luminoso de ti. que não é nem optimista nem pessimista. apenas é. como é. sensível às possibilidades de experimentar o tudo e o seu reverso que é nada."
(leitor identificado)

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(novamente)
POLUIÇÃO

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Uma história rápida
O homem que só quer ouvir torna-se cego. O homem que só quer ver torna-se surdo, e o homem que só quer andar fica cansado.
Uma história rápida como a sensação que vem, fica um pouco e depois desaparece.
Primeiro o diálogo de Alain Bosquet:
"As suas preferências?
E ela:
Os homens tristes, mas não demasiado."
Gonçalo M. Tavares, magazine artes

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Onde estão as razões de me querer?
Estiquei demais a toalha. a força toda nas mãos. alisei os lençóis rapidamente...
Há sempre alguma coisa que salta da mesa para a cama. da cama para a mesa. das duas para lado nenhum.

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Escolheu uma menina, a que trazia o casaco tomado no início do rabo terminado onde o pescoço reclama. Uma saia rodada a negro. Com olhos líquidos, coloridos pelas sombras que rodopiavam. Não a deixavam pousar numa folha os olhos a dançar. Chegou-lhe os dedos nas linhas redondas das pernas. Quase, entre as pernas. Perguntou o sentido.

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Juntos, nas escadas por debaixo da mesa, comemos. O adeus.

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CONTRA AS PAREDES BRANCAS SEM MEIAS. NEM LIGAS

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deito a pele estendida contínua a apodrecer na minha carne. perde-se sabes a ferro. numa alvorada sou outro. Braços centenas, que empurram o suspiro.

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O que tem para ouvir? Tudo isso... Tão diferente. Tenho esses anos. Acho que sou nova, sorri com olhos que precisam do escuro. Os cabelos levantam voo à passagem do comboio, trago-os compridos, levemente encaracolados - abraçam-me os ombros. A OML continua a executar concertos para os familiares, amigos e familiares. Está bem. Por debaixo dos óculos molham-se os olhos. É segunda-feira outra vez. E, outra. O estômago passa para o lugar dos pulmões, começo a respirar. A OML é o que querem que ela seja. Talvez, quando o dia se dissolver na penumbra ela não exista mais. Os olhos não estão bem. As palavras, Cemitério de pianos, dispara uma lágrima. Um dia vou ser obrigada a abandonar a leitura. Acho que sou nova. Levo quatro queijadas. Ainda bem que foram quatro. O meu pai janta connosco. Seria irresponsável se aceitasse um livro emprestado. Sem pudor, escrevo sublinho por cima por trás dobro rasgo. Os pulmões começam a soltar o sangue, as veias enchem-se de oxigénio. Aumento o volume. Leio, assina o presidente da ordem dos engenheiros. Vêem cá. Todos têm as suas vidas. Os meus orgãos retraem-se, é preciso ter cuidado com o que se escreve. A Teresa? Namorei com ela. Lembra-se? Suspenso. Ofereço-lhe esta rosa. Lembre-se de mim. Viro-me a tempo, as palavras colam-se ao vermelho do forro do casaco. Remeto-o à caixa dos silêncios. uma fibra fina. um plano de caixa que não se fecha.